José Pedro de Oliveira Galvão
nasceu no sítio Poção, em Goianinha (RN), no dia 10 de agosto de 1840, filho de
José Pedro da Luz e de Maria Josefina da Luz. Sentou praça em 1862 e participou
da Guerra do Paraguai (1864-1870). Aluno da Escola Central do Rio de Janeiro
nas armas de infantaria e de cavalaria, em 1871 saiu alferes. Foi promovido a
tenente em 1876 e a capitão em 1879. Abolicionista e republicano, participou no
Rio de Janeiro, então capital do Império, do grupo de oficiais que manifestou
solidariedade a Benjamin Constant às vésperas da queda da monarquia. Amigo do
marechal Deodoro da Fonseca e comandante de um dos principais regimentos da
então capital do Brasil, foi um dos responsáveis diretos pelo sucesso dos
acontecimentos que culminaram na proclamação da República (15/11/1889). Em 1890
foi promovido por merecimento a major e a tenente-coronel.
Ainda em 1890, seu nome foi
lembrado por Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, principal liderança
republicana no Rio Grande do Norte, para integrar a chapa do Partido
Republicano nas eleições para o Congresso Nacional Constituinte. O interesse de
Pedro Velho se explicava por seu prestígio militar, pelo fato de ser próximo a
José Bernardo de Medeiros, o líder da região do Seridó, e também pelo fato de
sua irmã ser casada com João Avelino Pereira de Vasconcelos, primo do próprio
Pedro Velho. Assim, em 15 de setembro foi eleito senador constituinte na
legenda do Partido Republicano do Rio Grande do Norte. Empossado em 15 de
novembro, foi signatário da Constituição promulgada em 24 de fevereiro de 1891
e no dia seguinte, na eleição para presidente realizada pelo Congresso
Constituinte, votou em Deodoro da Fonseca. Apoiou depois a designação de
Francisco Amintas da Costa Barros para governador do Rio Grande do Norte por
Deodoro e a subsequente eleição de Miguel Joaquim de Almeida Castro para
governador pela Assembleia Constituinte estadual. Exercendo o mandato ordinário
no Senado desde junho de 1891, participou da Comissão de Marinha e Guerra
A renúncia do marechal Deodoro à
presidência e sua substituição pelo vice-presidente Floriano Peixoto em 23 de
novembro de 1891 teve direta repercussão nas situações políticas estaduais. No
Rio Grande do Norte, Miguel Castro foi deposto por Pedro Velho e José Bernardo
no dia 28 de novembro. Já no governo de Pedro Velho (1892-1896), quando este
lutava para eleger seu irmão Augusto Severo deputado federal, Oliveira Galvão
foi um dos signatários do manifesto que reuniu toda a oposição em torno do nome
de Tobias Monteiro. No plano federal, fiel à memória de Deodoro, passou a
integrar a oposição ao governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894). Foi
procurado por José Bernardo, então o principal líder da oposição no Rio Grande
do Norte, interessado em articular a derrubada de Pedro Velho, mas, como
Floriano Peixoto mandou prendê-lo durante a Revolta da Armada (1893-1894), a
ruptura com José Bernardo tornou-se inevitável. Foi efetivado como coronel em
1895 e reformado como general de brigada em 1896. Faleceu no Rio de Janeiro em
2 de outubro de 1896. Era casado com Elvira Souto Galvão, com quem teve dois
filhos.
FONTE - Renato Amado
Peixoto